segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Deixemos o Passado para as múmias...

Sempre tive curiosidade em ver, ao vivo, como ficam os órgãos retirados dos antigos faraós conservados dentro dos potes de barro e o corpo destes se retirarmos as ligaduras. Deve ser o meu lado de amante da História e da Evolução da raça Humana como ser hábil e criador das suas próprias soluções!
É um traço nosso! Temos uma tendência inata para ir em busca de um certo nível de equilíbrio.
Na nossa Vida existem "n" situações que nos incomodam e muitas vezes deixamo-las quase que num canto escondido até que uma solução se avizinhe possível.
Eu acredito que muitas vezes essa solução é simplesmente eliminar o problema da nossa mente e tudo aquilo que no-lo faz lembrar.
A Vida é para a frente, a Vida não se alimenta de pena pelo passado, a Vida não se alimenta de palavras de ocasião e nem tão pouco da desgraça alheia... Mas sim, e nisto acredito com toda a força do Mundo, de uma resiliência interminável e ter a capacidade de afastar aquilo que só traz más memórias e inquietação! Estas podem ser algumas soluções...Tudo para as nossas Vidas não sejam múmias!

O tempo de campanha acabou... Esta é a realidade!

Eu vivo num País onde a palavra já não tem valor! Onde o escrúpulos são areias de um tempo morto!
Porque têm os políticos deste país de prometer coisas para obter os votos!?
Porque se dizem na campanha aquilo que têm desdizer logo após a vitória?!
Os circos ambulantes das equipas contêm autênticos ilusionistas! Esses que manuseiam as informações de forma a agradar a vista dos eleitores para que engulam a informação sem a contestar.
O IVA afinal aumentou - novamente -, os sacrifícios persistem - mas, novamente, não para todos -, os subsídios sumiram - mas o nosso governantes acumulam pensões e direitos legislados que não foram decididos pelo Povo. Mas que raio de País é este!?
Não temos espelho onde nos possamos ver como deve de ser?
Faço um desafio aos nossos políticos: abdiquem dos seus subsídios de deslocamento - o que ganham está mais de três acima do que consideram mínimo - e outras regalias parvas.
Chegou a um tempo em que o Povo Português está farto, está alerta aos exageros e o alvo é a classe política, onde predominam os excessos e fanfarronices.
Vejamos a reportagem da SIC Notícias no passado dia 22 de Outubro... Da minha parte, uma vergonha para o País e uma desconsideração para quem realmente trabalha e tem uma profissão...
O pior são os constantes mimos entre os partidos que em nada abonam na busca de uma solução, mas esses episódios acabarão como sempre acabam numa novela mexicana sem fim!
Ainda aqui vamos porque a vaga do Euro parece que ainda vai dar em Tsunami.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Com malícia e maldade... Não se brinca!

Alguém perguntou-me uma vez: "Não é estupidez e maldoso sentir felicidade com a infelicidade de pessoas que algum dia nos fizeram mal!?". Eu respondi: "Não é algo que seja fácil adjectivar...".
Na altura faltaram-me as palavras certas... Admito que também fiquei baralhado porque eu próprio já passei por isso e às vezes passo...!
Acredito que não o façamos com malvadez, mas porque somente foi desencadeado pelo facto de alguém nos ter deixado infeliz e isso, sem percebermos bem o encadeamento sistémico, resultou na felicidade dessa pessoa... O que nos deixa imensamente angustiados e rancorosos!
Acredito que estes pensamentos ocorrem porque não fomos verdadeiramente amados por esse "vil(is) ser(es)"... Mas mais do que isso, porque somos apenas humanos!
Acredito que (perdoem-me!)  "Errar é humano" mas perdoar é divino... E eu não sou um DEUS!
Por isso se me fizer sentir melhor ter aqueles pensamentos sem os desejar, mas procurando uma solução definitiva... Então assim será!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

"O Valor da Ingenuidade" - Almada Negreiros, in: 'Ensaios'

Encontrei este texto no site d'O Citador e não podia deixar de partilhar! Reflexões precisam-se!
O maior perigo que corre o ingénuo: o de querer ser esperto. Tão ingénuo que cuida, coitado, de que alguma vez no mundo o conhecimento valeu mais do que a ingenuidade de cada um. A ingenuidade é o legítimo segredo de cada qual, é a sua verdadeira idade, é o seu próprio sentimento livre, é a alma do nosso corpo, é a própria luz de toda a nossa resistência moral. 
Mas os ingénuos são os primeiros que ignoram a força criadora da ingenuidade, e na ânsia de crescer compram vantagens imediatas ao preço da sua própria ingenuidade. 
Raríssimos foram e são os ingénuos que se comprometeram um dia para consigo próprios a não competir neste mundo senão consigo mesmos. A grande maioria dos ingénuos desanima logo de entrada e prefere tricher no jogo de honra, do mérito e do valor. São eles as próprias vítimas de si mesmos, os suicidas dos seus legítimos poetas, os grotescos espanatalhos da sua própria esperteza saloia. 
Bem haja o povo que encontrou para o seu idioma esta denunciante expressão da pessoa que é vítima de si mesma: a esperteza saloia. A esperteza saloia representa bem a lição que sofre aquele que não confiou afinal em si mesmo, que desconfiou de si próprio, que se permitiu servir de malícia, a qual como toda a espécie de malícia não perdoa exactamente ao próprio que a foi buscar. Em português a malícia diz-se exactamente por estas palavras: esperteza saloia. 
Parecendo tão insignificante, a malícia contudo fere a individualidade humana no mais profundo da integridade do próprio que a usa, porque o distrai da dignidade e da atenção que ele se deve a si mesmo, distrai-o do seu próprio caso pessoal, da sua simpatia ou repulsa, da sua bondade ou da sua maldade, legítimas ambas no seu segredo emocional. 
Porque na ingenuidade tudo é de ordem emocional. Tudo. O que não acontece com as outras espécies de conhecimento onde tudo é de ordem intelectual. Na ordem intelectual é possível reatar um caminho que se rompeu. Na ordem emocional, uma vez roto o caminho, já nunca mais se encontrará sequer aquela ponta por onde se rompeu. 
O conhecimento é exclusivamente de ordem emocional, embora também lhe sirvam todas as pontas da meada intelectual. 

No Teatro da Vida, o papel principal... Muda!

Hoje em conversa com um primo, tive esta epifania... Tudo porque falávamos da Vida, dos acontecimentos que nos têm marcado, que nos marcaram e aquilo que gostávamos que não nos acontecesse!
Sim! Perceberam bem! Que não nos acontecesse... Isto porque temos uma tendência narcisista para pedir sofregamente... Que gostávamos que ter isto ou aquilo, ou que nos acontecesse isto ou aquilo... Pedir, pedir, pedir sempre sem parar...
O facto é que ambos nos recordamos de um ensinamento da nossa avó materna (Deus a tenha...): "Nunca remexas em demasia no que te incomoda ou não te traz felicidade... Nesse teatro o titular do papel principal muda rapidamente!".
Admito que, à época, não dei importância à frase... Até porque dei uma conotação negativa! Como se estivesse quase a desejar mal a alguém!
Agora, todos estes anos depois, compreendo que as coisas acontecem mesmo que não queiramos e a Vida toma um rumo, muitas vezes, fora do que esperamos. Podemos estar mal hoje, mas amanhã tudo é Lindo de novo... Se bem que devia ser Lindo todos os dias!
Mas, ser humano, é isto... Ser ator num teatro volátil e onde, por muito que tenhamos o guião bem estudado, a página vira com um sopro da Vida e a nós só nos restará esperar pela vez!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Para reflexão: "O Acossado - por Maria João Avillez, in: PUBLICO 12.10.2011"


Amarrado a uma maioria frágil, Jardim ficou indisfarçavelmente sozinho. Com ele, politicamente, só os últimos fiéis.

1. Na manhã de domingo, à mesma hora que Alberto João Jardim, em mangas de camisa e mais contente por fora do que por dentro, votava no Funchal, Pedro Passos Coelho e Miguel Relvas, sentados a uma mesa em S. Bento, redigiam um gelado comunicado que horas depois Matos Rosa, secretário-geral do PSD, leria ao país. Dois mundos em guerra. Mas a essa hora na Madeira ainda "se" acreditava. Estas eleições, dado o enquadramento eleitoral totalmente novo e sem paralelo no passado que as emoldurava, alimentaram - pela primeiríssima vez em 33 anos - uma real expectativa de mudança: acreditou-se noutro destino. Sei do que falo, conheço bem a Madeira, venho cá há muito, amo esta ilha, tenho aqui moradas, amigos e rotinas. (E nunca cometi o erro de confundir a Madeira com Jardim mesmo se em tempos, quer em público, quer em privado, o apreciei politicamente e não era agora, quando inteiramente o desaprovo, que jamais o negaria).
Uma vez mais no Funchal, onde vim a convite da RTP, falei com muita gente, desde a rua até aos líderes partidários, passando por gente, jovem e menos jovem, que nunca dependeu do Estado ou do "partido" e passando, claro, pelos putativos "sucessores" do líder do PSD. Procurei saber ouvir e por isso estive sempre a tropeçar na esperança real, concreta, física, de uma mudança trazida pelo fim da maioria absoluta social-democrata. Em Lisboa havia exactamente a mesma - todo o dia, num afã, se fizeram contas e telefonemas - e não fossem os cruciais erros políticos do PS, atirando, de bandeja, um último e salvífico deputado para a bancada de Jardim e a Madeira teria começado outra vida. Quem sabe, personificada politicamente por aquele movimento - ainda inorgânico, ainda na sombra - formado por bons quadros do PSD hoje desafectos a Jardim e dispostos a serem os interlocutores credíveis de Lisboa na transição de um presente de ficção para amanhãs que não cantarão; ou porventura por um Miguel Albuquerque, popular autarca do Funchal de conhecidas ambições e até hoje única voz audível, no arquipélago e fora dele, nas críticas ao PSD de Jardim. Ou ainda talvez por um dócil Guilherme Silva, que Jardim, se pudesse ainda visar uma "solução de continuidade", teleguiaria de longe.
Fosse como fosse e qual fosse o desfecho, era ainda pelo PSD/M que tudo passaria: ninguém o ignorava, ninguém o negava.
2. Apesar de para o mês que vem não haver aqui dinheiro para pagar salários, nenhum madeirense ficou a saber pela voz do chefe do governo e líder do PSD/M que o day after será negro. A campanha, confinada exclusivamente a comícios e inaugurações e à promessa de mais obra pública, não teve programa de governo, nem sombra de substância, nem sequer a mais ténue indicação ou alusão de que se viviam os últimos dias de folga e folguedos. E de tão sulfúrica, a irresponsabilidade do "hoje" - para todo o sempre, nunca o esqueçamos, indesligável da própria irresponsabilidade da República - impedirá porventura o futuro e a História de registarem aquilo que nesta ilha se fez com critério e oportunidade: mesmo se Jardim pensou sempre mais na Madeira do que nos madeirenses e se cuidou mais do desenvolvimento da terra que do desenvolvimento dos homens, é verdade que o arquipélago melhorou substancialmente até à entrada em cena da demencial vertigem do desnecessário: 11 campos de futebol num só concelho, marinas onde nunca houve barcos, centros cívicos fechados, centros comerciais por usar, túneis inexplicáveis, pedaços de estrada misteriosos - onde conduzem?
E que se passará na mente deste homem cansado travestido de Hugo Chávez para consumo madeirense? Excesso de permanência no poder? Uma insensatez afinal congénita mas dantes disfarçada por uma juventude enérgica? A embriaguez do posso, quero e mando? Uma solidão quase autista que o trancou num mundo que ele não viu desaparecer de vez? Em Dezembro entrevistei-o e percebi - e escrevi-o - que Jardim estava demasiado só e talvez não tivesse amigos. Só servos.
3. Mas neste last sprint, o destino foi-lhe cruel e a vitória do PSD (de deputados, não de votos) foi madrasta: amarrado a uma maioria frágil, Jardim ficou indisfarçavelmente sozinho. Com ele, politicamente, só os últimos fiéis, de poucos dotes governativos e pouco préstimo num contexto de pesada crise económica e financeira. E fora do universo da política, só quem de si depende materialmente. Desta vez e mesmo se a ideia de autonomia está ancorada no PSD e é indissociável dele, as zonas urbanas, as classes médias, as profissões liberais, as novas gerações - o voto mais esclarecido, numa palavra - oficializaram a despedida "deste" PSD, ensaiada aliás desde há uma década. E mesmo que o arauto da autonomia - e amanhã seu coveiro? - continue a ameaçar, insultar, iludir, fingir, chantagear, ocultar, como ainda ocorreu na aflitiva prestação televisiva de domingo, a hora é um limão ácido: os cortes salariais, a introdução de taxas, a redução das transferências do Estado, os despedimentos, o aumento dos ivas e outros ivas, o desemprego, estão a chegar de Lisboa.
"É uma ordem, a Madeira é Portugal, os sacrifícios são os mesmos cá e lá", dizia-me ontem um ministro que faz contas. Lisboa não cederá: a fome de ser "severo" começa a ser devoradora no Governo de Passos Coelho. Começou a guerra que Jardim já perdeu mesmo que tenha ganho agora, embora nos media nacional haja quem "comente" o contrário: ainda caberia ao líder madeirense a última palavra. Não cabe, Jardim finara-se politicamente já antes destas eleições. E mesmo que, igual a si mesmo, ele continue ameaçando e chantageando, amanhã ou daqui a um ano, sairá e quem sabe se pelas traseiras, quem diria? Acabou o seu tempo, exit jardinismo e o que ele representou e o que ele consubstanciou. Fechou-se um ciclo: Alberto João Jardim perdeu o lugar cativo. Destes escombros sobra porém o que acho mais grave: a guerra fomentada pelo chefe do governo e principal responsável político do arquipélago, contra o resto do país. Com persistência obsessiva e de forma soez, arrogantíssima e rasca. Uma indecência.
4. O PS cometeu o espantoso erro político de confundir a Madeira com Jardim, imprimindo cartazes com a terrorífica legenda "A Madeira faliu".
"A ideia foi minha" explicou-me um destes dias Maximiniano Martins, número 1 da lista socialista, conversando numa sala sobre o mar do Funchal: "Arrisquei um abanão, era preciso dramatizar..." Apesar porém "dos muitos documentos produzidos" pelo PS, de "um detalhado programa de governo" e da escolha de um elenco governamental "alternativo e aberto à sociedade", os socialistas não só não dramatizaram como a sua campanha, opaca e ausente, pouco se viu e não marcou: Maximiniano Martins é mais técnico que político, Jacinto Ferrão um líder sem chama e a passagem pela ilha de António José Seguro não comoveu militantes nem simpatizantes. Vão ter de começar outra vez tudo desde o princípio, mas agora a sério.
5. A esquerda à esquerda do PS fragmentou-se, os clássicos CDU e Bloco sumiram-se ou estão em vias disso. Ao lado - ou em vez deles? - surgiram pouco consistentes esboços de forças políticas, cuja relevância se aguarda, já que de momento não se lhes conhece uma ideia. Mas talvez animem um parlamento, estéril e inútil até hoje, por onde nunca passou a sombra de um debate digno desse nome.
6. Os últimos serão os primeiros: ver a campanha do CDS a desenrolar-se, em ruas, salas, terras e meios de comunicação, relevou de um quase milagre: já estamos pouco habituados a acertos políticos desta natureza e dimensão.
Houve política-política, propostas, ideias, frontalidade, e além disto que não é pouco, boas maneiras. O "tom", nunca abandonado, foi desde o início dado por José Manuel Rodrigues, o líder centrista na Madeira, ex-jornalista mas certamente muito mais político que escriba. A lista do CDS era a mais aberta do arquipélago, recheada de mulheres e homens com nome "feito" e (boas) provas dadas na vida profissional. Muito antes da voz das urnas era já vox populi que "seria o CDS a acolher os desiludidos ou revoltados do jardinismo." Foi. Se serão daqui em diante olhados como verosímil alternativa política, essa foi a história que começou no domingo passado na Rua da Mouraria, número 1, do Funchal.
7. Já noite fechada, na Avenida do Mar, por entre o mar laranja das bandeiras, uma multidão muito menos nutrida que habitualmente desde há 33 anos destilou ódio sobre "Lisboa", atirou sobre o "continente", acusou Passos Coelho de muitas maldades. Foram os últimos a saber que o mundo deles tinha acabado de vez.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ver é uma forma de Amar!



A fotografia tem sido um hobbie para a minha alma fará três anos no próximo mês. Pois foi por essa altura que adquiri a minha maquineta.
Tem ficado mais forte há pouco mais de um ano, e mais ainda, há cinco meses quando me registei num fórum de entusiastas, os Light-catchers, que muito me têm ajudado e motivado!
Neste momento orgulho-me de poder dizer que já "dou uns toques", graças a eles e ao meu emprenho. Pelo menos agrado a algumas pessoas e isso permite-me dizer que algumas pessoas amam a imagens que partilho com elas e por isso, também, me permite acreditar que, pelo menos essas, amam o facto de partilhar esses momentos!
O Amor também é isto...! Ver...! Eu apenas acrescento mais duas "simples" variáveis nesta equação: o registo e a partilha! Se não acreditam no que estou a dizer, pensem nas relações... Qual é a relação que dura sem haver o registo mnemônico dos bons e maus momentos - com a devida valorização - e sem a partilha entre ambas as partes, almas e corações!?
A resposta é clara: nenhuma!
Temos de saber Ver para além do óbvio, para além do pacote que se nos apresenta, para além das nossas crenças e tabus... Pois só assim conseguiremos dar ao outro lado lindas imagens para registar e partilhar! Assim pode ser o Amor... E a fotografia também!