sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Sabedoria da Vida é usufruir o Presente...!"

"Não permitir a manifestação de grande júbilo ou grande lamento em relação a qualquer acontecimento, uma vez que a mutabilidade de todas as coisas pode transformá-lo completamente de um instante para o outro; em vez disso, usufruir sempre o presente da maneira mais serena possível: isso é sabedoria de vida. Em geral, porém, fazemos o contrário: planos e preocupações com o futuro ou também a saudade do passado ocupam-nos de modo tão contínuo e duradouro, que o presente quase sempre perde a sua importância e é negligenciado; no entanto, somente o presente é seguro, enquanto o futuro e mesmo o passado quase sempre são diferentes daquilo que pensamos. Sendo assim, iludimo-nos uma vida inteira.

Ora, para o eudemonismo, tudo isso é bastante positivo, mas uma filosofia mais séria faz com que justamente a busca do passado seja sempre inútil, e a preocupação com o futuro o seja com frequência, de modo que somente o presente constitui o cenário da nossa felicidade, mesmo se a qualquer momento se vier a transformar-se em passado e, então, tornar-se tão indiferente como se nunca tivesse existido. Onde fica, portanto, o espaço para a nossa felicidade?". - Arthur Schopenhauer, in: A 'Arte de Ser Feliz'
Lendo este texto veio-me à cabeça uma frase que ouvi algures: "Prepara o Futuro, vivendo o Presente de acordo com os ensinamentos do Passado".

Pode parecer contraditório colocar este post depois do escrevi no início do post sobre a série "Flashforward", mas para não haja enganos e confusões, há que distinguir um desejo momentâneo, de uma postura que tem de marcar todo o nosso trajecto pela Vida fora. O que fazemos num momento pode determinar o insucesso, ou sucesso, apenas desse momento, mas não tem necessariamente de ser carregado no nosso percurso, como penitência que auto-prescrevemos e que tem de ser cumprida. Há que tirar os ensinamentos necessários e possíveis e seguir em frente como alguém que, de facto, aprendeu algo.
Muitos dirão: "Não é fácil!"... Eu digo: "É MUITO DIFÍCIL!!!". Ainda mais se forem pessoas eu: de poucas paixões, relações duradouras, apegadas ao passado, muito nostálgicas e introspectivas.

O autor do texto acima, determina e aponta a inutilidade de remexer constantemente no passado.
É curioso perceber que falamos de uma inutilidade afirmada e de uma medida que faz estragos nas maiorias das discussões. Todos temos a ideia e já passamos pela experiência de, numa discussão com a nossa "cara metade", trazermos "à baila" problemas mal resolvidos ou que nunca foram resolvidos e temos também a percepção de que isso adensa e complica ainda mais o cenário. Há que ter a percepção que as relações, tal como a Vida são mutáveis, são inconscientemente progressivas e o que, por exemplo, o Amor que une duas pessoas exige um trabalho diário, tendo em vista um futuro cada vez mais risonho... Mas isso tem de começar agora e já!

Ficar preso às coisas boas, ou más, do passado tira-nos a vitalidade necessária para enfrentar e absorver os estímulos que poderão dar-nos mais bagagem. Essa bagagem só se ganha se for bem assimilada e acomodada, tendo em vista um equilibrio elástico e maleável - como diria Piaget.

Ser feliz não é fazer o que nos apetece, sem pensar nas consequências; não é olhar só em frente, como se o que está ao redor fosse mera paisagem; não é sonhar dormindo para fazer acordado; não é ter a cabeça nas nuvens; não é desprezar a sua história... Para mim é valorizar o que fazemos no nosso dia-a-dia, valorizar as pessoas que amamos, trabalhar com elas nas suas necessidades, dedicarmo-nos a uma causa nobre e, acima de tudo, não fazer contas certas e estanques ao Futuro...
Pois como já me disseram: "Quando pensamos que temos as respostas todas, lá vem a Vida e muda as perguntas todas!"

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Valores para o Séc. XXI

O Amor é como a mineração de diamantes!

Nós todos conhecemos pessoas que têm expectativas muito realistas dos relacionamentos. Tantos românticos acreditam que o amor é a solução para os problemas da vida. Muitas pessoas confundem desejo com amor, uma e outra vez. Há pessoas que mudam de amantes, muitas vezes, porque elas crescem na excitação dos estágios iniciais do Amor. Estes são apenas alguns dos exemplos mais exagerados que vêm à mente. Muitos de nós temos as nossas próprias expectativas, algumas erradas, sobre o Amor. Essas expectativas podem definir-se como a decepção no caminho. O que acreditamos sobre os relacionamentos afecta as nossas atitudes nos nossos relacionamentos. Se as nossas  expectativas não são realistas, seremos inevitavelmente decepcionado com os nossos parceiros. Muitas pessoas entram em relacionamentos com a expectativa de que, se encontrarem a pessoa certa, a relação não terá nenhum trabalho ou esforço. Essa é uma expectativa totalmente irrealista. Amor dá um monte de trabalho! - in: http://www.enotalone.com/article/1057.html
Floreados à parte, o romântismo descrito das Cantigas de Amor clássicas, à moda do Pêro Vaz de Camina, já eram! A crença no platonismo amoroso como uma solução final é para românticos irrealistas e ingénuos!
Acredito em relações duradouras, mas apenas porque essas foram bem trabalhadas por ambos os parceiros, seja o trabalho na abordagem a discussões importantes - o tipo de abordagem também conta -, seja na solução dessas mesmas discussões.
O importante, na minha opinião, é não deixar azedar. Não deixar que algo simples de resolver, seja somado a algo mais complexo e que crie uma bola de neve, que mais cedo ou mais tarde, arrastará tudo no seu caminho... Até o Amor entre ambos!
Ainda assim, existe um pressuposto que me parece fundamental na hora do "paleio" que é a capacidade de chegar a um consenso, mesmo que na nossa cabeça a solução possa parecer estúpida, pouco prática e nada à nossa própria imagem! Desde que não seja apenas a solução de um, é sempre determinante tentar encontrar um cenário comum... A bem da preservação da relação!

Tal como a mineração dos diamantes o Amor é um processo moroso e muito sensível. Tem de ser feito com empenho, dedicação e paixão. O processo de aquisição de diamantes, tal como o início de uma relação exige pesquisa, observação e captação. Cumprida essa fase, exige cuidados de conservação e análise para uma posterior lapidação.
A lapidação nas relações, é aquela fase em que considero ser necessário ver o futuro da relação, em que pé se encontra e se um destino conjunto é viável. Esta fase ocorre em todas as relações, mesmo de forma inesperada e inconsciente. Nem sei se deve ser induzida, sob o risco de não ocorrer posterior ruptura!?

Dito isto até parece que acredito que uma relação é algo objectivo e que um plano resolve tudo...! Mas nada mais longe da verdade meu caros!
Estabelecer e manter uma relação é algo demasiado importante para ser deixado ao acaso ou mesmo nas mãos da objectividade. Deve ser algo genuíno, amável e descontraído! Algumas relações para algumas pessoas são mais valiosas que diamantes!

Não quero entrar em grandes emanações... Quero apenas dizer-vos que para mim existem três coisas que considero fundamentais numa relação:
  1. Cada um dos parceiros tem de ter o seu próprio espaço para as suas reflexões, pensamentos e actividades;
  2. O sexo ou fazer amor, como alguns preferem dizer - que para mim não querem dizer a mesma coisa -, é fundamental para a manutenção da relação e resolve imensos problemas;
  3. Conviver de forma espontânea e frequente com outras pessoas ajuda a manter a sanidade relacional.

PS.: Acreditem no que escrevi porque falo por experiência própria!!!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O Tempo cura...!? Ou estratifica!?

Tinha prometido no meu primeiro post debruçar-me sobre este assunto e como o prometido é devido, aqui vai o meu ponto de vista.

Gostaria de começar por vos apresentar uma citação que encontrei: "O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções." - Martha Medeiros.

Eu penso que aquilo que a autora diz na sua citação é o que já tinha deixado no ar no primeiro post. O que o tempo faz de melhor, é passar para segundo plano aquilo que não nos permite viver a vida e cuidar de nós, vai estratificando as nossas pioridades.
Não acredito na cura do tempo e atrevo-me a chamar de mentiroso a quem me disser o contrário. Pois para o tempo nos fazer esquecer teria de ocorrer alteração do traço da memória, caso contrário não acredito ser possível!
As memórias, os sentimentos impregnados nelas, a visualização dos nossos actos mais ternurentos, as emoções que vêm à baila em cada episódio na nossa mente são a prova disso. Aliás, a esse propósito proponho-vos uma leitura: "Sentimento de Si" de António Damásio e perceberão ainda melhor o que defendo.

Nós humanos temos um defeito irritante... A mania de humanizar o inanimado.
O tempo não é Vida mas a Vida está no tempo!
No tempo que passamos e nas memórias que carregamos!
Nós somos aquilo que fizemos, somos a nossa própria história e não somos o que ainda está por fazer!

Temos o dever de viver a Vida! Sim... Temos dever e obrigação! Não é por acaso que no topo da Pirâmide de Maslow estão as necessidades individuais... Nem precisamos de nos lembrarmos delas, pois as nossas vísceras trabalham nesse sentido e é esse efeito, quase anestesiante, que nos dá a sensação de cura à medida que o tempo passa. Mas essa sensação só existe porque temos a necessidade de sentir novas paixões, de viver novas experiências, de conhecer novas coisas. Mas isso não é, nem será a cura...
Pode, quanto muito, ser uma terapia ou um placebo.

Nota final: este é o meu ponto de vista, outros terão os seus... São bem-vindos!

Pseudo-adeptos...

Este post será curtíssimo... Quero apenas expressar o meu ponto de vista sobre a questão dos adeptos de circunstância quando uma equipa portuguesa chega a fases de competição como a que o Benfica chegou para o embate com o Liverpool.

Para começar, apesar de ser Portista (sim... escrevo com "P" maiúsculo) não retiro o mérito ao Benfica, que este ano fez, sem dúvida, uma época brilhante e uma campanha "quase" perfeita.
Estiveram reunidos todos os ingredientes necessários: um bom treinador, um colectivo muito bom e isso aliado à massa de adeptos que possui, o resto era mero folclore.

Contudo não sou apologista de tenha de haver reunião global à volta do afortunado como se fosse o messias do futebol português naquela competição! Sinceramente, considero hipócrita a mudança circunstancial de clube por causa de uma competição.
Manter a preferência clubística não implica termos de ser ofensivos ou invejosos. Desejo as maiores felicidades ao Benfica... Mas a mim só me interessa o meu clube!

Solidão não é ser Solitário!

"Se protegerdes com demasiada devoção o jardin secret da tua alma, ele pode facilmente começar a florescer de um modo excessivamente luxuriante, transbordar para além do espaço que lhe estava reservado e tomar mesmo pouco a pouco posse da tua alma de domínios que não estavam destinados a permanecer secretos. E é possível que toda a tua alma acabe por se tornar um jardim bem fechado, e que no meio de todas as suas flores e dos seus perfumes ela sucumba à sua solidão." - Arthur Schnitzler, in 'Relações e Solidão'

Hoje de manhã dei comigo a pensar porque é que as pessoas em determinados momentos da Vida preferem a solidão à companhia de seres humanos!?
Por coincidência, recebi uma mensagem de uma amiga em que ela relatou no meio do seu texto que não tinha problemas em "falar para as paredes" e que acreditava que elas poderiam ouvi-la. Quando li isto admito que fiquei um pouco admirado, não pela negativa... Mas é revelador o facto de haver pessoas que estão bem com a solidão, ou que pelo menos fazem por estar.

Não me parece haver uma norma no facto de quem prefira, em determinados momentos, a auto-reflexão em detrimento da interacção. Acredito que haja gente que prefira a solidão nos momentos em que precisam de pensar e outros porque passaram por uma situação marcante e precisam de recuperar as mazelas. Cada uma é aceitável e deve ser respeitada!

Tudo isto leva-me ao tema principal deste post. Será que uma pessoa que prefere a solidão e um solitário são a mesma coisa? A minha modesta opinião é não... Pode parecer um conflito de conceitos, mas para mim um solitário é o que está descrito na citação de Arthur Schnitzler a um nível quase patológico ou enfermo. É um ser que, derivado ao excessivo tempo em Solidão, não consegue ser parte produtiva de uma comunidade e que já estravassou as fronteiras da Solidão razoável.

A Solidão tem o seu tempo e lugar, tal como dizia a minha amiga na sua mensagem.

Por fim, eu também gosto da Solidão e abraço-a quando preciso dela. Principalmente nos momentos mais negativos da minha vida e nesses apenas posso culpar a minha pessoa por dizer ou pensar asneiras!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Crenças Amorosas

Lei de Murphy: "Só sabe a profundidade da poça quem cai nela."

Todos nós, ao longo da Vida passamos por dificuldades. Derivado disso são as maneiras distintas que temos em as superar, somos diferentes no reforço do lado positivo ou negativo e por vezes temos dificuldades em enxergar uma solução!
Apesar de tudo, há sempre quem pense que os nossos problemas são insignificantes quando comparados com os de outros, sejam problemas amorosos, problemas financeiros, problemas de saúde, etc.
A mim, não me choca nada que haja gente que assuma essas estratégias de "auto-diminuição do sofrimento", estão no seu direito e nada os impede de o fazer.
Sinceramente, nunca achei que fosse uma forma correcta e sadia de reagir, porque acima de tudo não resolve o problema, nem tão pouco me dará uma luz sobre a solução... Aliás, até acho que é um pouco perverso ir buscar alguma paz interior no conhecimento da desgraça alheia!
Outra justificação, para mim estupidamente usada nos assuntos amorosos, é que o tempo cura tudo... Uma maravilhosa frase feita mais velha que a Idade de Cristo. Para mim o seu valor é questionável, mas noutro post irei debruçar-me sobre este assunto...

Os problemas amorosos são talvez dos piores pelos quais passamos... Marcam-nos com uma força tal, que alguns perduram por anos... Não concordo que tenha de haver culpados, pois fazer crescer a raiva não ajuda, nem pode ser bom.
Seja como for, o fim de uma relação traz sempre dor, solidão, sentimento de incompreensão, alguma raiva e desespero.

Já discuti com alguns amigos sobre este assunto, com mais ou menos variações a opinião não difere muito: "temos de ver a situação como uma oportunidade"; "depender muito de uma pessoa para ser feliz não é bom"; "a Vida continua", etc.
Honestamente... Não há soluções fáceis! Não há milagres! E muitos menos frases feitas e lugares comuns que sirvam para todos!

Para responder a alguns amigos: para mim uma relação que termina é uma oportunidade perdida, é perder uma grande parte da nossa felicidade e que mesmo que pareça mentira, perder a pessoa que amamos é sentir que a nossa Vida por momentos parou ou vai parar!

Advinho comentários protestantes da parte de alguns amigos meus, mas não mudarei a minha opinião por nada neste Mundo.
Quem melhor explicou isto foi um familiar meu que me dizia: "mesmo que nós ultrapassemos as dores de uma relação é uma marca muito forte que fica, ou não seria por acaso que, quando vimos alguém com quem já tivemos uma relação, o nosso coração bate com mais força...!"

Será isto superar!? Superamos mesmo!? Não sei...
Continuamos com a nossa Vida porque tem de ser, mas superação completa... Tenho imensas dúvidas!

Faço a todos vós um desafio... Reflictam e tentem protestar a afirmação anterior...!