sexta-feira, 9 de abril de 2010

Solidão não é ser Solitário!

"Se protegerdes com demasiada devoção o jardin secret da tua alma, ele pode facilmente começar a florescer de um modo excessivamente luxuriante, transbordar para além do espaço que lhe estava reservado e tomar mesmo pouco a pouco posse da tua alma de domínios que não estavam destinados a permanecer secretos. E é possível que toda a tua alma acabe por se tornar um jardim bem fechado, e que no meio de todas as suas flores e dos seus perfumes ela sucumba à sua solidão." - Arthur Schnitzler, in 'Relações e Solidão'

Hoje de manhã dei comigo a pensar porque é que as pessoas em determinados momentos da Vida preferem a solidão à companhia de seres humanos!?
Por coincidência, recebi uma mensagem de uma amiga em que ela relatou no meio do seu texto que não tinha problemas em "falar para as paredes" e que acreditava que elas poderiam ouvi-la. Quando li isto admito que fiquei um pouco admirado, não pela negativa... Mas é revelador o facto de haver pessoas que estão bem com a solidão, ou que pelo menos fazem por estar.

Não me parece haver uma norma no facto de quem prefira, em determinados momentos, a auto-reflexão em detrimento da interacção. Acredito que haja gente que prefira a solidão nos momentos em que precisam de pensar e outros porque passaram por uma situação marcante e precisam de recuperar as mazelas. Cada uma é aceitável e deve ser respeitada!

Tudo isto leva-me ao tema principal deste post. Será que uma pessoa que prefere a solidão e um solitário são a mesma coisa? A minha modesta opinião é não... Pode parecer um conflito de conceitos, mas para mim um solitário é o que está descrito na citação de Arthur Schnitzler a um nível quase patológico ou enfermo. É um ser que, derivado ao excessivo tempo em Solidão, não consegue ser parte produtiva de uma comunidade e que já estravassou as fronteiras da Solidão razoável.

A Solidão tem o seu tempo e lugar, tal como dizia a minha amiga na sua mensagem.

Por fim, eu também gosto da Solidão e abraço-a quando preciso dela. Principalmente nos momentos mais negativos da minha vida e nesses apenas posso culpar a minha pessoa por dizer ou pensar asneiras!

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