sexta-feira, 9 de abril de 2010

O Tempo cura...!? Ou estratifica!?

Tinha prometido no meu primeiro post debruçar-me sobre este assunto e como o prometido é devido, aqui vai o meu ponto de vista.

Gostaria de começar por vos apresentar uma citação que encontrei: "O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções." - Martha Medeiros.

Eu penso que aquilo que a autora diz na sua citação é o que já tinha deixado no ar no primeiro post. O que o tempo faz de melhor, é passar para segundo plano aquilo que não nos permite viver a vida e cuidar de nós, vai estratificando as nossas pioridades.
Não acredito na cura do tempo e atrevo-me a chamar de mentiroso a quem me disser o contrário. Pois para o tempo nos fazer esquecer teria de ocorrer alteração do traço da memória, caso contrário não acredito ser possível!
As memórias, os sentimentos impregnados nelas, a visualização dos nossos actos mais ternurentos, as emoções que vêm à baila em cada episódio na nossa mente são a prova disso. Aliás, a esse propósito proponho-vos uma leitura: "Sentimento de Si" de António Damásio e perceberão ainda melhor o que defendo.

Nós humanos temos um defeito irritante... A mania de humanizar o inanimado.
O tempo não é Vida mas a Vida está no tempo!
No tempo que passamos e nas memórias que carregamos!
Nós somos aquilo que fizemos, somos a nossa própria história e não somos o que ainda está por fazer!

Temos o dever de viver a Vida! Sim... Temos dever e obrigação! Não é por acaso que no topo da Pirâmide de Maslow estão as necessidades individuais... Nem precisamos de nos lembrarmos delas, pois as nossas vísceras trabalham nesse sentido e é esse efeito, quase anestesiante, que nos dá a sensação de cura à medida que o tempo passa. Mas essa sensação só existe porque temos a necessidade de sentir novas paixões, de viver novas experiências, de conhecer novas coisas. Mas isso não é, nem será a cura...
Pode, quanto muito, ser uma terapia ou um placebo.

Nota final: este é o meu ponto de vista, outros terão os seus... São bem-vindos!

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